Planta do crematório de humanos e animais em construção em Piracicaba (Foto: Arte/Grupo Unidas)
Piracicaba (SP) receberá o primeiro crematório de humanos e animais da região. O empreendimento, construído por um grupo proprietário de funerárias em 12 cidades do interior de São Paulo, deve contar com fornos que têm espaço até para cavalos, heliponto e uma sala de velório para animais. De acordo com os idealizadores, a previsão é que o prédio fique pronto no "segundo semestre". No entanto, os empresários não informaram o valor total da obra e nem a data exata da entrega do imóvel.
O local, que terá 10 mil metros quadrados, está sendo construído no bairro do Chicó, em Piracicaba, à beira da rodovia que liga o município até Saltinho (SP). Atualmente, o Grupo Unidas, responsável pela obra, realiza em média cinco cremações por mês, mas, como não existem crematórios na região, os corpos são levados para Campinas (SP) ou São Paulo. O prédio ainda terá auditório para cerimônias, lanchonete e apartamentos para quem quiser dormir por uma noite.
De acordo com o empresário Matheus Zocca, a obra é dividida em duas etapas. A primeira deve ser entregue até julho deste ano e consiste em dois fornos para cremar humanos e animais, além do velório pet. Já a segunda parte do crematório será a construção da sala de velório para pessoas. "Nós fizemos uma pesquisa entre os associados e todo mundo achou a ideia muito interessante", contou.
O responsável pelo projeto ainda afirmou que o local pretende elevar a demanda por cremações de pessoas e despertar o interesse para cremar animais, que, segundo ele, ainda não é um hábito comum. "Cachorros, gatos, cremaremos todos os tipos de animais. Até cavalo cabe no forno". O sócio de Zocca, Bruno Cappelletti, disse que o modelo de empreendimento será único no estado.
Etapas
Para cremar um parente, a família deverá pagar cerca de R$ 2 mil, segundo os empresários. O valor inclui o velório em uma das quatro salas que estão sendo construídas e uma cerimônia de até 30 minutos no auditório, com vídeo, músicas e homenagens. Depois, o corpo é encaminhado à cremação.
Após a cerimônia, os familiares assinam um protocolo e voltam para casa. As cinzas poderão ser retiradas depois de sete dias. De acordo com o grupo, o procedimento no forno leva duas horas. Para a cremação de "pets", o processo é quase o mesmo, com exceção da cerimônia de despedida. O bichinho poderá ser velado em uma sala própria e cremado sozinho ou com outros dois animais. Os preços ainda não estão definidos.
No caso de animais, o tempo que o corpo fica dentro do forno é, em média, 30 minutos. Zocca afirmou que o grupo irá comercializar urnas de diferentes materiais e formatos, e as cinzas poderão virar anéis ou pingentes de diamante ou até peças decorativas em cristais. "Teremos também uma urna de areia para ser colocada em jardins. Com o tempo, a urna some e nasce uma planta", explicou.
Licenças
O gerente Bruno Cappelletti informou que, para iniciar a construção no local, os empresários precisaram obter uma licença de solo com a Prefeitura de Piracicaba. Agora, para que o projeto comece a funcionar quando o empreendimento for entregue, a empresa ainda aguarda uma licença de funcionamento do forno junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Além disso, a área que será destinada ao heliponto precisa ser regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "É um local simples, de cimento, mas que precisa de regulamentação", disse Cappelletti.
Parceria
Outra novidade que o projeto pretende oferecer é uma parceria com a Prefeitura para cremar animais de rua que morrem atropelados. Segundo Zocca, a iniciativa, que ainda não foi apresentada à administração municipal, promete contribuir com a Vigilância Sanitária do município e com a saúde pública.
