Jeanswear: a moda dos séculos

Consumidores em loja de atacado (Foto: Laila Braghero)

Consumidores em loja de atacado (Foto: Laila Braghero)

“Na verdade esta é uma frase clichê, mas também muito certa: ‘o jeans é a peça mais democrática que alguém pode ter dentro do guarda-roupa.’ Você encontra jeans de 19 reais, mil reais, jeans de R$ 59, 89, 300 reais… e todo mundo que o veste está bem vestido. Democrático também porque você pode, ao complementá-lo com uma peça mais básica ou mais chique, criar um look diferente, e ir adequadamente ao trabalho, à faculdade ou simplesmente fazer compras. O jeans pode suprir qualquer necessidade de vestir.”

A afirmação feita pela estilista da Confecções Racheltex Natália Nicoletti é sobre uma realidade do setor têxtil muito importante para a economia brasileira. Segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IMEI), o país é o sexto maior parque têxtil do mundo, sendo o maior produtor de malhas e o segundo maior na fabricação de denim, com produção anual de 500 milhões de metros do algodão sarjado mais popular e demandado do “planeta”.

De acordo com estimativas feitas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil produziu, em 2010, mais de 320 milhões de peças jeanswear, entre jaquetas, camisas, vestidos, calças, bermudas e macacões. A constante fabricação nesse segmento gera a movimentação de cerca de R$ 8 bilhões por ano, valor determinado, em sua maioria, pela comercialização da peça pronta, visto que um metro de denim custa, em média, apenas seis reais.

Todavia, em assunto de exportação, tanto o denim quanto a própria calça jeans vêm perdendo força devido a um conjunto de fatores, tais como as taxas de câmbio, a crise mundial, o Custo Brasil e as restrições impostas pela Argentina. Hoje, o pouco que se exporta são as calças mais básicas, que não possuem valor agregado (marca); e de todo o tecido produzido, menos de 10% é destinado à exportação.

___

(*) Reportagem publicada no site laboratório Sou Repórter, do curso de Jornalismo da Unimep, para a disciplina Jornalismo na Internet II, em 17 de novembro de 2011.

Deixe uma resposta